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Sam Ka Tsuen


Templo em Sam Ka Tsuen
O texto de hoje faz parte do Desafio 12 lugares - que eu vi no blogue aceita um leite? - de Lu Tazinazzo. Eu gostei da ideia, achei a proposta bem divertida e decidi participar da brincadeira.
O desafio consiste em visitar lugares que ainda não conhecemos e escrevermos sobre eles. Pode ser um museu, uma cidade, um parque, enfim, qualquer cantinho que de alguma forma chame a nossa atenção.

Pra começar, vou falar um pouquinho sobre Sam Ka Tsuen, um lugar comum, porém simpático, localizado em Kowloon, do outro lado da Ilha de Hong Kong. 
Sam Ka Tsuen é um bairro simples, que não chama assim tanta atenção dos turistas, principalmente daqueles viciados em lugares famosos, lotados de pessoas e suas sofisticadas câmeras fotográficas. 
Pessoal, eu gosto de visitar pontos conhecidos e badalados de uma cidade, mas penso que é interessante conhecer também aqueles lugares que não fazem parte de um roteiro turístico obrigatório. Eu, particularmente, adoro caminhar por ruelas sem saída, descobrir cantinhos escondidos, andar sem rumo, me perder, me achar... Procuro descobrir a beleza existente nas pequenas coisas, nos lugares e nas pessoas mais simples. Gosto, sobretudo, de ser surpreendida por uma casinha charmosa ali, uma igrejinha diferente acolá, uma feira de bugigangas em uma esquina qualquer, pois sei que esses pequenos detalhes fazem uma grande diferença na percepção que posso  ter acerca de um lugar.
Eu já falei aqui no blogue algumas vezes - e continuo batendo na mesma tecla - que só conhecemos verdadeiramente o lugar no qual vivemos quando nos livramos de nossas frescurites e nos metemos no meio dos nativos para conhecer e observar. Acho válido bisbilhotar tudo!
Conheci algumas pessoas que, equivocadamente, achavam que Hong Kong tinha apenas arranha-céus, lojas de grife e carros caros. Não, minha gente, como toda grande cidade, Hong Kong tem também pessoas pobres e lugares feiosos. E foi pensando nessas diferenças que decidi sair por aí procurando conhecer aquilo que não sai em revista de viagem e nem todo turista faz questão de ver. Sam Ka Tsuen se encaixa direitinho nessa categoria - a de lugares que poucos estrangeiros procuram conhecer, mas que também tem seu charme.


Canoa de um morador de Sam Ka Tsuen


Para ir a Sam Ka Tsuen é facílimo, eu tomei o metrô no centro da cidade até à estação Sai Wan. 
A partir daí é só tomar um barquinho e atravessar pra Kowloon, um percurso de aproximadamente 15 minutos. Do lado de lá, nada de extraordinário, apenas gente simples passeando, trabalhando, seguindo sua vida normalmente. De vez em quando aparece um ou outro turista que, como eu, busca outras opções de passeio.

A cidade vista de longe

O barquinho que me levou para o outro lado

Palafitas em Sam Ka Tsuen

Em Sam Ka Tsuen é visível o contraste que há entre os bairros de luxos e aqueles mais simples, principalmente quando avistamos as palafitas, que servem como restaurante ou moradia. Apesar da simplicidade do lugar, encontramos alguns atrativos: uma praia pequenina e graciosa, um enorme mercado de peixe com todo tipo de mariscos, vários restaurantes para comer os peixes frescos que podemos escolher a dedo para serem preparados na hora (pra quem tem coragem de encarar, pois aqui quando falamos em comida todo cuidado é pouco), uma feira com muitas frutas (com um preço um pouco mais acessível) e bonitas paisagens... Além disso, podemos desfrutar de um belíssimo pôr do sol. :)

Acredito que a maior vantagem de visitar Sam Ka Tsuen é justamente conhecer e perceber essa outra cara de Hong Kong. É poder entrar em contato com o povo local, ver de perto como essas pessoas de fato vivem, é buscar o bonito no meio daquilo que muitos consideram feio.



Caranguejo gigante

Marisco estranho, muito estranho... rsr

Então, minha gente, Sam Ka Tsuen vale sim uma visita. Eu, pelo menos, gosto muito de fazer pequenas excursões pelos arredores de Hong Kong. Tudo o que vejo por aqui faz parte da essência da cidade - independente de ser bonito ou não - pois, como diz o velho ditado: a beleza está nos olhos de quem vê, certo?! 

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