quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um lugar surpreendente...


No final do ano passado fiz uma viagem maravilhosa com a minha família pra Tailândia. Na verdade nunca tinha pensado em conhecer esse país, tinha tantos outros destinos na cabeça que  ir à Tailândia nunca foi prioridade. Mas depois que mudei pra Hong Kong, percebi que é muito fácil viajar daqui para outros países asiáticos, a proximidade torna a viagem bastante mais cômoda e acessível. Então, quero aproveitar que estou do lado de cá para conhecer tudo que estiver ao meu alcance.

Dá pra notar que  os chineses são apaixonados pela Tailândia, muitos viajam pra lá nas férias, porque além de ser um lugar de veraneio com praias paradisíacas, é também bastante barato se compararmos com os preços daqui! Por isso decidi ir até lá conferir de pertinho!
De Hong Kong pra Phuket é rapidinho, apenas três horas de viagem - quando pensamos que falta muito pra chegar já estamos no lugar de destino.
O clima é maravilhoso, quente durante praticamente todo o ano. Saímos de Hong Kong com frio e aterrizamos do lado de lá num calorão estilo o do Rio de Janeiro em fevereiro!

Phi Phi Island

Karon Beach
Karon Beach

Uma das coisas mais legais é a possibilidade que se tem de conhecer as praias lindas da região, algumas foram cenários de filmes bastante conhecidos, como James Bond/O Homem com a Pistola de Ouro e A Praia, com Leonardo de Cáprio, por exemplo. Cada dia é possível tomar um barco e fazer uma excursão para uma praia diferente. Praias lindas, de areias brancas e finas, águas cálidas em tons de azul, verde... agradabilíssimas!

Além das praias paradisíacas, da amabilidade do povo (o tailandês é supersimpático e receptivo) e da culinária de dar água na boca - fiquei completamente deslumbrada com a paisagem, achei muito parecida com a do nordeste brasileiro. Andando por Phuket dei de cara com coqueiros, casinhas modestas, ruas de terra batida, crianças correndo nas ruas, pessoas sentadas nas portas das casas jogando conversa fora e muito bom-humor e simpatia por parte dos nativos. Pra mim, que nasci em uma cidadezinha de interior, foi como voltar no tempo. 
A atmosfera tailandesa é realmente muito agradável e as semelhanças com o Brasil são incríveis... certas horas até esquecia que estava tão longe de casa. Passear em um local onde se é bem tratado faz toda a diferença, sério!!


Tapu island também conhecida como James Bond Island.



Caminhando pela região nos deparamos com várias plaquinhas que indicam o caminho de evacuação no caso de um Tsunami. Como o país foi vítima de uma catástrofe natural em 2004, é quase impossível olhar para uma placa dessas e não sentir medo, um friozinho na barriga. Felizmente as belezas naturais nos fizeram esquecer esse acontecimento tão triste.




Fiquei completamente encantada com o país, com as pessoas, com as paisagens. Tailândia simplesmente me fascinou, antes não tinha tanta curiosidade para conhecer porque achava que praias lindas eu já tinha visto de sobra no Brasil, mas agora só penso em voltar, ficar um pouquinho mais e aproveitar tudo de bom e agradável que o país tem pra oferecer.


Wat Chalong Temple

Pan-Yi  Village

É uma delícia se sentir surpreendida por um lugar, por um povo, por seus costumes e sabores. Assim que puder voltarei, só que da próxima vez pretendo conhecer também a capital Bangkok e toda sua história cultural, afinal, nem só de praia vive o homem, né?!
;)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A sul da fronteira, a oeste do Sol.


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Este foi o terceiro livro de Haruki Murakami que li. O primeiro foi Minha Querida Sputnik, logo depois li também Norwegian Wood, ambos muito bons diga-se de passagem. Entrei em contato com os livros de Murakami em 2009, desde então não deixei de admirar cada vez mais este escritor japonês.
Assim como Norwegian Wood,  A sul da fronteira tem também como título o nome de uma famosa canção:
South of the Border, de Nat King Cole.O enredo, apesar de simples, consegue ser bastante instigante, além disso não é nada previsível.Murakami retrata o Japão da primeira metade do século XX, conta a história de Hajime, um menino de 12 anos que ainda criança se encanta com a graça de Shimamoto, uma menina da mesma idade. Entre eles nasce uma amizade sincera, e à medida que percebem as inúmeras coisas que têm em comum, a amizade fica ainda mais forte. Separam-se na juventude e por muitos anos não voltam a saber nada mais um do outro.
Hajime segue sua vida e começa a fazer suas descobertas: namora uma menina aqui, outra ali, magoa mais uma acolá e assim segue… Tempos depois, já dono de um conhecido clube de jazz, casado e pai de duas filhas, reencontra Shimamoto e atração renasce.
Completamente encantado com a reaparição dessa mulher – agora madura e misteriosa – seus desejos, outrora reprimidos, desabrocham com maior intensidade. Embora contente de reencontrar Shimamoto, Hajime fica indeciso entre a vida tranquila com a família e a possibilidade de recuperar os sentimentos que acreditava perdidos.
No decorrer da narrativa, o autor mostra as transformações pelas quais o protagonista passa, desde sua infância/adolescência até chegar à idade adulta, e o leitor torna-se cúmplice de suas dúvidas, de sua melancolia, de sua nostalgia e compartilha suas afeições, culpas e remorsos.
É uma história sobre a adolescência e suas descobertas, sobre perdas e renúncias, sobre amores perdidos e recuperados e sobre a importância de dar ou não uma nova oportunidade a esses amores interrompidos.
A Sul da Fronteira tem algumas semelhanças com as outras duas obras de Murakami que li, os três trazem triângulos amorosos e muita referência musical; o texto de Murakami está recheado de artistas, como por exemplo, Rossini, Beethoven, Nat King Cole e Bing Crosby.
O autor, também conhecido por suas pitadas de erotismo, neste livro utiliza muito mais que apenas toques eróticos. De repente dá uma louca e o narrador começa a descrever cenas sexuais que deixaria qualquer um de queixo caído. Confesso que até gosto quando o autor ousa um pouquinho, mas, neste caso, Murakami exagerou na dose; são páginas e mais páginas narrando um ato sexual e seus pormenores. E ele conta tudo, tudinho mesmo, não deixa nada pra imaginação do leitor.
Eu prefiro quando o autor aborda esse tema com cuidado, até pode revelar, mas sem ser tão explícito. Na minha opinião, esse erotismo exacerbado nada acrescentou à história, apenas aumentou o número de páginas.
Apesar desse pequeno detalhe negativo, é um bom livro. Gostei.
Sobre o autor:
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Murakami nasceu em Kioto, em 1949. É um dos autores japoneses de maior prestígio, com grandes vendas tanto no Japão como no exterior. Ganhou vários prêmios, entre eles o Tanizaki, Yomiuri, Franz Kafka e Frank O,Connor. Murakami recebeu elogios da crítica por todos os seus títulos, entre eles Norwegian Wood e Kafka à beira-mar. Possui um estilo único, sua obra é referência da literatura do século XXI.

Deixo aqui a música South of the Borderde Nat King Cole, que dá título ao livro:
Deixo também Pretendoutra canção que Hajime e Shimamoto escutavam:
“Pretend you’re happy when you’re blue. It isn’t very hard to do.”

sexta-feira, 30 de março de 2012

Livro do Desassossego.

“Pasmo sempre quando acabo alguma coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar, acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia”.

desassosegoA primeira vez que li o Livro do Desassossego tive bastante dificuldade em manter um ritmo de leitura. Li muito devagar, fazendo pausas e mais pausas… demorei muito até engrenar completamente. Mas, a partir de um certo momento, a leitura me absorveu tanto que foi impossível deixá-la de lado. Foi até esquisito, porque comecei sem muito entusiasmo e acabei completamente extasiada. Logo no início fui bombardeada por uma frase intrigante: “O coração, se pudesse pensar, pararia”. Fiquei com essa frase na cabeça querendo saber se o autor tinha algo mais a dizer, acredito que por isso não desisti, insisti na leitura por mera curiosidade.
Composto por vários fragmentos, o Livro do Desassossego é o relato de um empregado de escritório em Lisboa, uma personagem angustiada, repleta de dúvidas e hesitações, alguém que parece estar sempre à procura de algo, mas não sabe exatamente o quê.
Bernardo Soares é o autor fictício do livro, um semi-heterônimo de Fernando Pessoa, segundo palavras do próprio poeta:


“Não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade."


Soares, assim como pessoa, passou sua vida como um simples funcionário de escritório, vivendo em um quarto alugado e dedicando seu tempo à escrita. Porém, o livro não trata apenas sobre Bernardo Soares e seu cotidiano, mas sobre um amontoado de reflexões: sobre a solidão, sobre a literatura, sobre a paixão pela arte de escrever e sobre a nostalgia que sentimos às vezes sem nenhuma razão aparente.
É um livro que brinda sentimentos, sentimentos esses que todos nós, pelo menos uma vez na vida, já chegamos a experimentar. O pano de fundo é Lisboa, impossível lê-lo e não sentir uma vontade incontrolável de caminhar pela Lisboa de Fernando Pessoa, às margens do Tejo, pela Cidade Baixa, pela Rua dos Douradores. Alguns dizem que este livro é a autobiografia do próprio Pessoa… Não sei! Acredito que, neste caso, criador e criatura se fundem.
O Livro do Desassossego é um tesouro da literatura, é um livro vivo, intrigante, envolvente, interminável. Para ser lido e relido em qualquer momento da vida, a partir de qualquer página. Obra com um alto valor poético e lírico. É uma prosa que pinga poesia.


“Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é porque nada tenho a dizer”.


Pois, para mim, ele disse muito. Definitivamente perturbador.
Sobre o autor:
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Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em 13 de junho de 1888. Aos cinco anos de idade foi levado para a África do Sul, onde viveu e estudou. Aos 17 anos regressou a Portugal, desde então nunca mais saiu de sua terra natal. Em vida teve apenas uma obra publicada, Mensagem, um livro de poesia que exalta Portugal. Morreu em 1935, aos 47 anos, vítima de problemas hepáticos.
Há uns dois anos o livro foi adaptado para o cinema por João Botelho. Deixo aqui um pedacinho do filme:


segunda-feira, 26 de março de 2012

Florbela Espanca, a poetisa do coração!

“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa, sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!”


Florbela_Espanca1Passou já bastante tempo desde que li pela primeira vez um poema de Florbela Espanca. Acho que foi em 2002, quando folheando uma revista literária, encontrei um texto seu. Fiquei tão fascinada com suas palavras que na primeira oportunidade que tive comprei um livro. Desde então, nunca mais consegui me separar desse livro… tenho-o sempre à mão, leio-o, releio-o, rabisco-o.
Os poemas de Florbela são sentimentais e tocantes, quando os leio é impossível não me sentir assim: completamente arrebatada.
Sua poesia trata de amor e paixão de uma forma muito linda e sensual, aliás, o erotismo é uma característica muito forte na obra da escritora. Florbela consegue ser sensual sem perder a feminilidade e a elegância, pois a sensualidade presente em seus poemas é sutil, contida, delicada, não fere a sensibilidade do leitor.
Ela soube viver apaixonadamente e com grande intensidade a sua vida amorosa, percebemos isso claramente quando entramos em contato com sua obra.

“(…) se tu viesses quando,
linda e louca,
Traça as linhas
dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e
canta e ri
E é como um cravo ao sol a
minha boca…
Quando os olhos se me
cerram de desejo…
E os meus braços se
estendem para ti…”

A tristeza e a morte são também outros temas recorrentes em sua poesia. Alguns poemas possuem um tom lúgubre e se encarregam de revelar a outra faceta da escritora, a de uma mulher atormentada e inconformada. Nesses poemas ela deixa transparecer um certo desespero, uma tristeza profunda, tristeza essa que parece ter acompanhado a escritora durante toda a vida.

“(…) Poentes de agonia trago-os eu
Dentro de mim e tudo quanto é meu
É um triste poente de amargura!
E a vastidão do mar, toda essa água
Trago-as dentro de mim num mar de mágoa!
E a noite sou eu própria! A noite escura!

Apesar desse tom melancólico tão comum em sua escrita, é impossível desgostar da poesia de Florbela, é impossível não se sentir tocado por ela ao entrar em contato com suas palavras.
Florbela é a poetisa do amor, da quimera e da saudade, é uma das figuras femininas mais representativas da poesia portuguesa do século XX.
E para revelar ainda mais esta poetisa, de tal forma que ela não se confunda com outra, nada melhor que um soneto seu, um dos mais belos:

Eu quero amar, amar perdidamente
Amar só por amar: aqui… além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante toda a vida é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar!…

florbela2
Meu primeiro livro. É uma seleção de poemas esparsos

Seus poemas são tão admirados que já foram musicados algumas vezes. Deixo aqui dois vídeos: um de Fagner e Zeca Baleiro, cantores brasileiros. Outro de Mariza, fadista portuguesa.


Há alguns anos foi lançado o filme Perdidamente Florbela de Vicente Alves, sobre  a vida da poetisa. Deixo aqui o trailer pra quem tiver interesse em conhecer um bocadinho mais a escritora:
Florbela Espanca faleceu no dia 8 de dezembro de 1930, dia em que completaria 36 anos.

sábado, 4 de fevereiro de 2012



Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
                (Alberto Caeiro)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fernando Pessoa




Whether we write or speak or do but look 

We are ever unapparent. What we are 

Cannot be transfused into word or book, 

Our soul from us is infinitely far. 
However much we give our thoughts the will 
To be our soul and gesture it abroad, 
Our hearts are incommunicable still. 
In what we show ourselves we are ignored. 
The abyss from soul to soul cannot be bridged 
By any skill of thought or trick of seeming. 
Unto our very selves we are abridged 
When we would utter to our thought our being. 
We are our dreams of ourselves souls by gleams, 
And each to each other dreams of others' dream

Grande Sertão: Veredas.

“O senhor… Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão”.
grande sertaoSempre tive uma vontade muito grande de ler Grande Sertão.Tantas vezes escutei que era uma obra sem igual, que valia muito a pena. Ouvi tantos elogios que em duas ocasiões comecei a leitura, mas lamentavelmente foram tentativas fracassadas, pois eu sempre parei no meio do caminho ou, para ser mais sincera, muito antes do meio do caminho. A leitura nao fluía como eu esperava, eu perdia a motivação e, quando percebia, já tinha deixado o livro de lado e estava lendo outras coisas.
Finalmente, em agosto de 2011, decidi insistir no livro e fiz disso uma meta. Dessa vez fui muito além das primeiras páginas, fui conquistada pelo encanto da narrativa de Rosa e consegui concluí-la com lágrimas nos olhos.
Acho que escrever aqui que amei a história seria muito pouco, pois Grande Sertão é um livro esplêndido e encantador… nao digo isso apenas porque se trata de um clássico da literatura brasileira, mas pela emoção que senti durante toda a leitura.
Confesso que no início tive uma certa dificuldade em entender a linguagem tão peculiar de Guimarães, pois seu texto recheado de neologismos e invencionices tornou a leitura muito lenta. No entanto, essa dificuldade foi desaparecendo no decorrer da narrativa. À medida que fui entrando em contato com as muitas reflexões de Riobaldo, o protagonista, essa mesma linguagem passou a soar quase familiar.

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”

O jeito de ser do sertanejo e sua singular sabedoria, as paisagens do sertão tão sabiamente descritas e a forma como o autor aborda dilemas existenciais fizeram com que eu me aprofundasse ainda mais na história e compreendesse melhor o drama interior de Riobaldo. Suas reflexões, suas dúvidas e medos, de alguma forma, enriquecem a perspectiva do leitor. Cada causo por ele contado nos leva a refletir também. Então, sonhamos com ele, lutamos com ele, amamos com ele.
Guimarães ainda nos brinda com uma sublime história de amor. Triste e impossível é bem verdade, mas nem por isso menos bela. Quem nao seria capaz de ficar tocado em uma passagem como esta?

“(…) meu amor inchou, de empapar todas as folhagens, e eu ambicionando de pegar em Diadorim, carregar Diadorim nos meus braços, as muitas demais vezes, sempre”.

Enquanto lia Grande Sertão, nao cansava de pensar a respeito daqueles leitores que nao conseguem ler a obra no original. Sempre tive muita curiosidade em saber mais sobre as traduções dessa obra para outras línguas. Como será que traduziram os neologismos, a fala do sertanejo, as invencionices de Rosa? Será que foi possível captar a essência das personagens? Será que a linguagem criada por Rosa nao perdeu seu encanto quando transportada para outro idioma? Será que o leitor consegue se sentir cativado da mesma forma que nós, falantes da língua portuguesa, nos sentimos? Depois de todos esses questionamentos, cheguei a uma única conclusão: Sou mesmo uma grande privilegiada por poder ler Grande Sertão no original.
Grande Sertão é, finalmente, um poço de sensibilidade e lirismo… Ah, Riobaldo, Diadorim, Joca Ramiro, Zé Bebelo, Hermógenes, Medeiro Vaz… Já estou mesmo a “saudadear”.
Sobre o autor:
guimaraes

Joao Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, a 27 de junho de 1908. Formou-se em Medicina em 1930, clinicou em Itaguara e mais tarde serviu como médico voluntário durante e Revolução de 32. Era poliglota. Seguiu a carreira diplomática e foi nomeado cônsul em Hamburgo, na Alemanha. Exerceu outras atividades diplomáticas na Colômbia e França. É autor de vários livros, entre eles, Sagarana, Corpo de Baile, Primeiras Estórias e Tutaméia – Terceiras Estórias.

Um vídeo excelente sobre Grande Sertão (contém spoilers)

sertao
O diabo na rua, no meio do redemoinho

Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for… Existe é homem humano. Travessia.
                                                                                     ***
** A foto acima foi retirada da net. Não sei quem é o autor, mas sei que fez parte de uma exposição exibida no Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis.

Alucino com as frases de Riobaldo!




"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."