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Mostrando postagens de 2018

O Tempo e o Vento... (Contém spoilers)

“1745. No topo de uma coxilha, uma índia grávida, perdida no imenso deserto verde do Continente. O filho que traz no ventre é de um aventureiro paulista que a preou, emprenhou e abandonou. A criança nasce na redução Jesuítica de São Miguel, onde a bugra busca refúgio. A mãe morre durante o parto, esvaída em sangue. Esse bastardo, um menino, virá a ser um dos troncos da família que vai ocupar o primeiro plano do romance e que bem poderá ser (ou parecer-se com) o clã Terra-Cambará. Veríssimo traçou um ciclo que começou nesse menino e veio a encerrar-se duzentos anos mais tarde.”                                                                                              Há tempos eu tinha vontade de ler na íntegra  O Tempo e o Vento , obra-p...

Maomé, uma biografia do profeta...

“É sempre difícil apreciar os livros sagrados de outras culturas.” Não estava em meus planos ler um livro relacionado à religião no momento, mas pelo fato desse tema ter sido escolhido para a leitura do mês de abril no  Grupo de Leitura   do qual participo, não houve escapatória. Como eu não sou de fugir da raia, encarei. A leitura, ao contrário do que eu esperava, me agradou um bocado. Não apenas porque me levou a aprender bastante acerca de uma cultura que eu desconhecia totalmente, mas também porque me deu motivação para começar a ler Salman Rushdie , um escritor que já estava na minha lista de espera há anos .  Sem falar que eu adoro histórias ambientadas na Idade Média, então colocando na balança os prós e contras, posso dizer que  Maomé, uma biografia do profeta , de  Karen Armstrong , foi uma leitura boa e informativa. O livro, publicado originalmente no Reino Unido em 1990  (no Brasil em 2002 pela Companhia das Letras)  é interessant...

A casa das belas adormecidas...

” A mais bela das mulheres não poderia, durante o sono, dissimular a sua idade. Um rosto jovem é agradável durante o sono, mesmo que a mulher não seja uma beleza. Talvez não pudesse escolher, naquela casa, senão raparigas agradáveis de ver enquanto dormiam.” A primeira vez que escutei falar em  Yasunari Kawabata  foi em dezembro de 2005, naquela época acabava de ser publicado no Brasil o livro  Memória de minhas putas tristes ,  do escritor colombiano  Gabriel García Márquez . Muito se falava a respeito desse novo livro, pois foi a partir dele que Gabo colocava fim a um jejum de dez longos anos longe dos romances. Foi nessa onda de novidade e curiosidade que comecei a leitura… Já na orelha da capa fiquei sabendo que Memória de minhas putas tristes havia sido inspirado em  A casa das belas adormecidas,  do escritor japonês Yasunari Kawabata. García Márquez começa sua história com uma epígrafe retirada da própria história de Kawabata: “Não dev...

Jingwei aterra o mar... Uma lenda chinesa!

“Jingwei aterra o mar” O deus Sol tinha uma filha muito amada, Nüwa, tão linda que até mesmo o  Imperador Amarelo  era cheio de admiração por ela. Quando o deus Sol não estava em casa, Nüwa brincava sozinha. Porém, ela queria muito que o pai a levasse consigo em suas viagens para o mar do Leste, onde o sol nasce. O deus Sol, entretanto, estava todos os dias muito ocupado dirigindo o curso da aurora, a cada manhã, até ele se pôr, à noite, e não podia levar a filha consigo. Um dia, Nüwa remou secretamente atrás do pai, num barco, mas infelizmente uma tempestade se levantou e ondas do tamanho de montanhas viraram a pequena embarcação. Nüwa foi engolida pelo cruel mar, para nunca mais voltar. Seu pai foi tomado de tristeza, incapaz de mandar que os raios de sol brilhassem sobre ela e a trouxessem de volta à vida, ele foi deixado sozinho para prantear a sua perda. Entretanto, Nüwa renasceu como um pássaro de cabeça listrada, garras vermelhas e bico branco. Foi-lhe dado o n...

Todas as cartas de amor são ridículas...

“Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, como as outras, ridículas. As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas (…)”  Eu adoro poesia. E quando falo em poesia me vem logo à cabeça Fernando Pessoa e seus heterônimos, porque eles são os meus poetas preferidos. Além disso, adoro biografias, cartas, diários e tudo mais que me permita bisbilhotar detalhes privados da vida dos escritores que gosto. Então, quando vi na vitrine de uma livraria o livro  Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz   –   publicado pela  Editora Assírio & Alvim , em 2012, entrei imediatamente para comprá-lo. Fiquei curiosíssima para conhecer os pormenores do romance dos apaixonados. O livro traz uma compilação de cartas que foram trocadas por Ofélia e Pessoa durante as duas fases do namoro que mantiveram. Agora ficou muito mais interessante ler essas corre...