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Mostrando postagens de 2013

7º BookCrossing Blogueiro

Em abril deste ano eu participei pela primeira vez do BookCrossing Blogueiro , um projeto desenvolvido pela Luz de Luma, yes party. O projeto, que me conquistou logo que li sobre ele, é interessante não apenas por incentivar o desapego, mas, principalmente, por estimular o hábito da leitura. Achei uma delícia participar da edição passada, libertar um livro já lido e pensar que o novo dono poderia se emocionar com a leitura da mesma forma como eu me emocionei,  fez com que eu amasse a ideia e me sentisse instigada a participar de novo. A 7ª edição do BookCrossing Blogueiro acontece de 8 a 16 de novembro. Não há desculpa pra ficar de fora, teremos vários dias para sair libertando nossos livros por aí: um , dois , três, quantos quisermos... É só darmos uma espiadinha na nossa estante que com certeza encontraremos algum que esteja disponível, só esperando uma oportunidade para circular livremente. É facinho participar do projeto - basta escolher o livro, colocar um bilhe...

Estive em Weimar - uma cidade que respira cultura!

Centro de Weimar Eu adoro fazer passeios culturais, sobretudo aqueles que estão relacionados com livros, escritores, bibliotecas e todo esse universo da literatura. Por isso, não sosseguei até arranjar um tempinho para conhecer Weimar, uma linda cidadezinha na Alemanha. O que me motivou a visitá-la não foi apenas a beleza de sua arquitetura  Bauhaus,  seus parques, seu famoso Rio Ilm, suas casinhas com flores nas janelas tão tipicamente alemãs, mas o fato de ter relação com o Romantismo, uma escola literária da qual gosto muito . Outra razão que me levou a essa cidade foi saber que lá viveram dois dos mais importantes nomes da literatura alemã:   Goethe e Schiller. Não, minha gente, eu nunca li absolutamente nada de Schiller, tentei certa vez ler a  Noiva de Messina (traduzido para o português, obviamente), mas achei a leitura tão difícil que abandonei pouquíssimo tempo depois de começar. De Goethe li  Os Sofrimentos do Jovem Werther , algumas poesias e só...

O Pintor de Cracóvia

“Não sou responsável do aqui exposto. O copiei diretamente da vida.” Ultimamente tenho tido a sorte de fazer boas leituras. Coincidência ou não, têm caído em minhas mãos livros perturbadores e tocantes. Um desses livros é o  Pintor de Cracóvia , que conta a história real de  Joseph Bau , um sobrevivente do Holocausto. Durante a leitura o leitor se depara com uma história de guerra, de desumanidade, de injustiça e de miséria, mas também com uma história de força, de luta, de esperança e, sobretudo, com uma história de superação. Além de contar detalhes de sua vida nas ruas de Cracóvia e os horrores da guerra do princípio ao fim, Bau conta-nos também sua linda história de amor: um amor sem limites, um amor incondicional. Ele fala carinhosamente sobre Rebecca, uma moça que conheceu no Campo de Concentração de Plaszow, na Polônia. Conta o que sentiu quando a viu por primeira vez, de como se apaixonou por ela e de seu casamento clandestino dentro do próprio campo de...

Pátria é a casa da gente...

O título do post de hoje eu retirei de uma obra muito importante da literatura brasileira:  O Tempo e o Vento , d e Erico Veríssimo .  Não, eu nunca li esses livros na íntegra (finalmente, em 2015, eu consegui concluir a leitura dos seis volumes de O Tempo e o Vento. Caso você queira conhecer minhas impressões de leitura, é só clicar  aqui )  mas assisti à minissérie baseada na obra, exibida há muitos anos na TV aberta do Brasil.   Na época da minissérie, quando ouvi a frase pela primeira vez, eu ainda era muito menina e não entendia muito bem o que o autor estava querendo dizer. Mas suas palavras foram tão marcantes que vezes sem conta voltavam à minha memória. Quando eu lia essa frase pensava assim:  Pátria é a casa da gente… E se a gente morar na China, por exemplo?  Hoje, eu realmente moro na China, e posso dizer que as palavras de Érico Veríssimo começaram finalmente a fazer sentido pra mim. Provavelmente o significado que eu atribuí a elas nada...

De castelo em castelo...

Nas minhas férias de julho do ano passado dei uma passadinha em  Castilla y León , na  Espanha.  Mesmo já tendo morado por alguns anos na terra de Cervantes, nunca tinha estado nessa parte do país. Aproveitei, então, para fazer meus passeios básicos por algumas cidadezinhas da região e conhecer algumas construções históricas que há por lá, que não são poucas. Aliás, a maior concentração de castelos existentes na Espanha se encontra justamente em Castilla y León – e a maioria deles tem um valor histórico altíssimo. Entre os passeios que fiz o que mais gostei foi a excursão  Rota dos Castelos.   Trata-se de um percurso interessantíssimo que se pode fazer comodamente de carro, parando em cada um dos castelos existentes na região. É um passeio incrível, recheado de história, encanto e beleza. Saí de Palência em direção a Madrid e fui fazendo as paradas que julguei necessárias para conhecer algumas das construções. Não vou mencionar todos os edifícios q...

Eu sublinho passagens de livros...

O filho de mil homens - pag 227 Sim, eu costumo rabiscar meus livros. Aqueles trechos que tocam e chamam bastante a minha atenção eu marco com lápis, com canetinhas coloridas, com adesivos, enfim, deixo o dito cujo com a minha cara. Tem gente que não gosta, que acha um desrespeito com o livro e tal... Eu até entendo, mas não consigo parar, é mais forte que eu! Já tentei usar um caderninho pra anotar os trechos que considero especiais mas não funcionou da mesma forma. Gosto mesmo é de abrir um livro tempos após a leitura e encontrar nele a minha marca. Decidi transcrever  e compartilhar com vocês alguns dos muitos trechos que tenho sublinhados. Trecho 1 : "Os filhos, pensava ele, são modos de estender o corpo e aquilo a que se vai chamando alma. São como continuarmos por onde já não estamos e estarmos, passarmos a estar verdadeiramente, porque ansiamos e sofremos mais pelos filhos do que por nós próprios, assim como nos reconfortam mais as alegrias deles do que a s...

Aquela voz inconfundível...

Uma das muitas lembranças que guardo carinhosamente da minha infância é a do meu tio-avô. Lembro-me, sobretudo, de sua voz forte, marcante e de seu acentuado sotaque maranhense. O velho Jaime, irmão de minha avó materna, vivia em um povoado chamado São Benedito, embrenhado nos confins do Maranhão. Apesar de nunca ter colocado os pés em dito lugar, quando falo dele me parece tão familiar que é como se eu o conhecesse, deveras! Lembro-me que ele fazia o percurso de sua casa até à casa de minha avó a cavalo - e na época do inverno (no Maranhão, naquele tempo, essa estação era marcada pelas chuvas constantes e pelos rios que se formavam mata adentro), os caminhos ficavam muito difíceis, por causa disso vô Jaime tinha que madrugar, atravessar igarapés, viajar praticamente o dia inteiro para chegar a Santa Helena, vilarejo onde vivia minha avó. Mas, quando chegava, quase sempre à noite, ninguém mais dormia, porque ele tinha causos pra contar... E ra história pra mais de légua!! F...

Sheung Yiu, o vilarejo abandonado!

Finalmente fui conhecer  Sheung Yiu - um vilarejo fundado no final do século XIX por membros da família Wong. A família Wong, que pertencia ao grupo étnico Hakka, abandonou seu lugar de origem na província de Guandong e se estabeleceu por aqui, pertinho do grande  Parque Natural Pak Tam Shung , nos Novos Territórios, e montou uma pequena venda para ganhar a vida fornecendo mantimentos aos moradores locais e viajantes que passavam pelo lugar.  Como o negócio começou a dar bastante lucro, decidiram construir o vilarejo para abrigar tanto a casa da família como a dos empregados - eles chegaram a ter mais de cem trabalhadores. Paisagem em Sheung Yiu Ruina de uma das casas da família Wong Sheung Yiu  ocupava uma área de cerca de 500m e foi construído sobre uma plataforma de aproximadamente dois metros de altura. Essa altura servia não apenas para proteger as casas de inundações mas também de possíveis invasores. Composta por uma série de oito ...

Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida...

“Toda mulher que já teve um bebê sentiu dor, e as mães de menininhas têm o coração cheio de tristeza.” Logo que terminei a leitura de Xu Xiaobin,  A Serpente Emplumada ,  quis dar continuidade a minha empreitada de conhecer mais a fundo a literatura chinesa. Pesquisei sobre vários livros e decidi ler  Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida , de  Xinran . A história tocou-me bastante, provavelmente por trazer relatos reais de mulheres chinesas que devido aos percalços da vida precisaram abandonar suas filhas à própria sorte. Os depoimentos são tão reveladores que não tem como lê-los sem sentir um nó na garganta, sem imaginar como reagiríamos caso fosse conosco. Não tem como não nos colocarmos no lugar dessas mães e sofrermos com elas. Confesso que por vezes chorei… É triste, muito triste! Xinran começa nos explicando o porquê de haver na China tantas meninas orfãs. Ela diz que isso acontece, “ em primeiro lugar, porque é um costume arraigado na...